Artigo publicado no portal CORREIO (01 de maio de 2024)
Nos últimos anos temos notado uma maior frequência no uso do termo “Uma só saúde”. Esta designação oriunda do inglês “One health” faz referência à integração entre a saúde humana, animal, vegetal e ambiental. Para melhor entendermos esse conceito, é necessário compreender os desafios que a saúde vem enfrentando em escala global, a exemplo das pandemias e mudanças climáticas.
A globalização trouxe muitos benefícios à humanidade, porém, apresentou diversos desafios que ainda estamos aprendendo a manejar, entre eles, as ameaças à saúde, fruto do crescimento populacional, somado à urbanização desordenada, além de formatos insustentáveis de produção e consumo, extinção da biodiversidade, entre outros fatores.
Os impactos provocados por tantas mudanças em todo o planeta, demandam com urgência a adoção de uma estratégia unificada, que propicie a implementação de políticas interdisciplinares que atuem de forma complementar, promovendo resultados efetivos.
Dados da Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH), apontam que nossas ações, já provocaram impactos negativos em 75% dos ambientes terrestres e 66% dos ambientes marinhos. Além disso, 60% dos patógenos responsáveis por doenças em seres humanos possuem origem animal (doméstico ou selvagem), e 75% das doenças infecciosas humanas emergentes têm origem animal.
Em Salvador, tenho orgulho de ter desenvolvido ao lado da equipe da Secretaria Municipal da Saúde, iniciativas pioneiras pautadas pelo conceito “Uma só saúde”, a exemplo da criação da Diretoria de Promoção à Saúde e Proteção Animal, que viabilizou a ampliação das atividades voltadas para este setor. Através da contratualização de clínicas particulares e ampliação dos castramóveis, demos um importante passo em direção ao controle populacional de animais na cidade. Também demos início às obras do Hospital Municipal Veterinário, entregue em março.
Incrementamos a infraestrutura no controle de zoonoses, mapeando áreas críticas na proliferação de mosquitos transmissores de arboviroses (dengue, zika e chikungunya), promovendo diversas ações transversais com apoio de outras secretarias. Juntos alcançamos o menor índice de infestação por Aedes aegypti da história da cidade.
Hoje, como deputado federal, mantenho como objetivo do meu mandato, o debate em torno do conceito “Uma só saúde”, no congresso nacional. Estamos fundando o primeiro diretório voltado para a causa animal no Partido Democrático Trabalhista (PDT) para ampliar ainda mais o alcance deste tema, no ambiente político do nosso país.
Temos que planejar a saúde além de qualquer limite disciplinar, setorial ou geográfico e buscar soluções sustentáveis e integradas para promover a saúde dos seres humanos, animais, vegetais e o ambiente antes que seja tarde para reverter os efeitos das nossas impensadas ações.
Leo Prates
Deputado Federal
