PROJETO DE INDICAÇÃO Nº 243/2018
Considerando que Francisco Waldir Pires de Souza, nasceu em Acajutiba na Bahia, em 21 de outubro de 1926, filho de José Pires de Souza, ex-seminarista e coletor de impostos, e de Lucíola Figueiredo Pires de Souza. Passou a infância em Amargosa, BA, onde estudou o primário. Cursou o ginasial em Nazaré, BA, onde, aos quinze anos, a fim de obter recursos para fazer o curso preparatório para a faculdade em Salvador, deu aulas de datilografia a convite do diretor do colégio, Anísio Melhor, que lhe permitiu ainda utilizar uma das salas para ministrar aulas particulares de latim, matéria que havia se tornado obrigatória com a Reforma Capanema. Aos dezesseis anos, com os recursos ganhos, mudou-se para Salvador. Ingressou na Faculdade de Direito e, ao final do curso, foi escolhido o orador da sua turma, cuja formatura marcou a solenidade de inauguração do Fórum Ruy Barbosa, no ano do seu centenário. Enquanto estudante, na União dos Estudantes da Bahia – entidade à época existente, liderou o Movimento Antinazista.
No início da década de 1950, aos 24 anos, foi Secretário de Estado no governo de Régis Pacheco quando se casou com Yolanda Avena. Em 1954 elegeu-se Deputado Estadual, formando a base de apoio do Governo Antônio Balbino; em 1958 elegeu-se Deputado Federal, sendo escolhido vice-líder do Governo Juscelino Kubitschek. Em 1962 candidatou-se ao Governo da Bahia quando, apesar do veto da Igreja, então muito conservadora e resistente a admitir que um católico aceitasse o apoio do Partido Comunista, perdeu as eleições por uma diferença de apenas 3% dos votos para o candidato da UDN, Lomanto Júnior.
Em 1963, quando exercia a função de Coordenador dos Cursos Jurídicos da Universidade de Brasília (UnB), onde era também professor de Direito Constitucional, foi convidado pelo Presidente João Goulart para ocupar o cargo de Consultor-Geral da República. Em abril, já na primeira lista de cassados e perseguido, sai com Darcy Ribeiro de Brasília, e vai para o exílio no Uruguai, onde depois encontra sua esposa Yolanda e seus cinco filhos. Em 1966 muda-se para a França onde foi indicado para lecionar Direito Constitucional Comparado e Ciências Políticas em Dijon e em Paris. Voltou ao Brasil em 1970, ainda em plena ditadura militar, ocupando-se de uma empresa particular até a queda do AI-5, quando, retomados os seus direitos políticos, deixou tudo e voltou para a vida pública na Bahia.
Ajudou na fundação do PMDB durante a abertura política. Em 1982 foi derrotado na eleição para o Senado por Luís Viana Filho (PDS), que foi reeleito.
Em 1985 foi convidado pelo presidente Tancredo Neves para o Ministério da Previdência Social e mantido pelo presidente José Sarney. A gestão austera e eficaz habilitou-o a concorrer para o governo da Bahia no ano seguinte tornando-se o candidato mais votado da história, com uma vitória esmagadora em todas as regiões.
Mais de duas décadas depois de ter perdido as eleições para o governo da Bahia, voltou a se candidatar ao cargo em 1986, nas primeiras eleições diretas para governador após o regime militar. Waldir foi eleito e tomou posse aos 15 de março de 1987.
Em 1990, já no PDT, tornou-se o deputado com a maior votação no Estado. Nas eleições seguintes, já no PSDB, foi candidato ao Senado, sendo derrotado por Waldeck Ornelas, na disputa pela segunda vaga ao senado.
Em 1998 elegeu-se deputado federal com a maior votação no Estado, apesar de não ter apoiado o candidato à presidência do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, que, preferindo o apoio do PFL, não contou com o partido na Bahia. Candidatou-se a uma vaga no senado em 2002, ao lado de seu companheiro de chapa Haroldo Lima.
Em 2002 foi ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), promoveu ampla reestruturação da CGU, a fim de que o órgão pudesse cumprir adequadamente sua missão institucional. Durante o período em que esteve no comando da CGU, Waldir Pires implementou diversas e importantes políticas de controle da Administração Pública e de prevenção e combate à corrupção. Em 31 de março de 2006 assumiu o Ministério da Defesa, a pedido do presidente Lula. Em 2012 foi eleito Vereador de Salvador aos 85 anos pelo PT.
Francisco Waldir Pires de Souza faleceu em 22 de junho, aos 91 anos.
A CÂMARA MUNICIPAL DE SALVADOR
INDICA:
Ao Excelentíssimo Senhor Prefeito, que seja denominado Francisco Waldir Pires de Souza, um dos CMEIs localizados no Município de Salvador.
Salvador, 12 de julho de 2018.
LEO PRATES